EMPRESA ARGELINA, UMA GIGANTE DO AGRONEGÓCIO CEVITAL, CHEGA AO PARÁ.
Cerca de 480 km separam os municípios de Barcarena e Marabá. Barcarena
fica no oeste paraense, e Marabá esta localizada no sul do Pará. Mas o que
aproxima esses dois municípios? São os investimentos anunciados pelas grandes
empresas mundiais. Um exemplo disso e a “Hidrovia do Tocantins”, com o derrocamento
do Pedral do Lourenço.
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fotos internet |
O Pedral possui 43 quilômetros de extensão e está localizado entre a
Ilha do Bogéa e o município de Santa Terezinha do Tauri, no Pará. A obra vai
viabilizar o tráfego contínuo de embarcações e comboios em um trecho de 500
quilômetros, desde Marabá até a foz do rio. e, assim, a utilização das eclusas
de Tucuruí, aumentar a navegabilidade da hidrovia do Tocantins, e vai facilitar o
escoamento da produção agrícola, pecuária e mineral que tem o Porto de Vila do
Conde em Barcarena/PA como destino, os investimentos devem chegar a R$ 560,6
milhões.
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fotos internet |
Para os produtores da região Leste de Mato Grosso, esta é uma
ótima notícia. “Com essa nova rota
totalmente viabilizada, poderemos escoar parte da produção pelo Norte do país”,
diz Endrigo Dalcin, vice-presidente da região leste da Associação dos
Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e coordenador do GT Rio
das Mortes, grupo de trabalho que busca também viabilizar a navegação pelo rio
de mesmo nome.
As
empresas que trabalham com o transporte de grãos terão mais segurança para
investir nas estações de transbordo e nos portos a partir do momento em que a
trafegabilidade for viabilizada através do projeto de derrocamento. A rota
atende também os estados do Tocantins, Goiás e o sul do Pará.
O empreendimento representa mais um passo em direção à mudança na matriz
de transportes brasileira. O transporte hidroviário é mais econômico e
sustentável, porque reduz custos e diminui a emissão de poluentes ao retirar as
carretas das rodovias. Isso aumenta a competitividade do produto brasileiro no
exterior. O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit)
lançou um edital em dezembro de 2015, para contratar uma empresa para
elaborações dos projetos básico e executivo e também que faça as obras de
derrocamento do Pedral do Lourenço.
Além do
derrocamento do Pedral do Lourenço, Barcarena e Marabá estão juntos no projeto
da zona franca que tramita no congresso nacional, segundo o ex deputado federal Wandenkolk Gonçalves, pois os dois municípios estão casados
no projeto, ou seja, se sair pra um município tem que sair para o outro
município.
Marabá, por
sua vez, é defendida por estar situada no centro de uma das maiores regiões
mineradoras do mundo e que tem tudo para sediar um grande polo metal mecânico e
siderúrgico. "No entanto, por estar situada longe da costa litorânea
precisa de compensações fiscais que tornem atrativos os investimentos
produtivos, o que ocorreria com o reconhecimento da cidade como ALC",
explica. Já Barcarena é citada por abrigar o principal porto da região Norte e
que precisa das vantagens fiscais para se tornar um grande pólo industrial
exportador, possibilitando a geração de mais empregos e, sobretudo, mais
divisas à balança comercial do País.
Já o ano de 2016 está apenas começando, mas para o Estado do Pará ele já
começa com grandes notícias. O distrito industrial de Barcarena, administrado
pela Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), recebe um reforço
de peso: nada menos do que a gigante mundial do agronegócio Cevital está vindo
para ficar.
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foto, agencia pará |
Segundo Olavo das Neves, presidente da Codec e agente do grupo que
participou ativamente das negociações para a atração da empresa, a Cevital está
investindo em várias frentes, e Barcarena é apenas uma delas. Estão previstos
investimentos no sul do Pará, em Marabá, e no oeste do Estado, em Santarém,
mais especificamente na área do Lago do Maicá, onde a empresa já adquiriu uma
grande área.
Em Marabá, a empresa pretende investir nas áreas de logística e no
agronegócio. Já no município de Santarém, o objetivo da Cevital é
trabalhar com a indústria de beneficiamento de grãos e derivados, além de um
forte investimento na área portuária.
Em relação ao início das atividades no Distrito
Industrial de Barcarena, o diretor internacional da Cevital, Adan
Iskounen, revela que a área foi priorizada por já contar com
infraestrutura de acesso e de zoneamento, ou seja, com o ordenamento espacial
necessário para atender um projeto desta magnitude.
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foto agencia pará |
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foto agencia pará |
"Mesmo diante da ofertas de outros Estados, a Cevital percebeu que
as perspectivas de médio e longo prazo favorecem muito os investimentos no
Pará, pois além de propiciar excelente suporte ao investidor, o Pará tem
recursos naturais de enorme grandeza, e uma boa integração de modais
logísticos. A vinda da empresa para cá faz parte de um programa maior que
contempla a revitalização dos Distritos Industriais - Marabá, Barcarena,
Icoaraci e Ananindeua – e a implantação de novos distritos, começando por
Santarém, que já está em fase final de consolidação", explica Olavo das
Neves, presidente da Codec.
Sobre a Cevital - Grupo privado
que mais impostos recolhe na Argélia, atrás apenas da indústria petrolífera, a
Cevital investirá US$ 250 milhões no complexo industrial, em Barcarena. “Neste
momento vamos focar na liberação das licenças ambiental e de instalação”. O
primeiro passo é a legalização total do empreendimento. '', revela Adan
Iskounen.
Criada nos anos
1970 - e hoje a maior empresa privada argelina, com cerca de 15 mil funcionários
-, a Cevital originalmente se dedicava à metalurgia e à indústria de vidros. A
entrada no agronegócio ocorreu apenas no fim da década de 1990, mas o setor já
responde por cerca de 50% do faturamento total da empresa, que alcançou US$ 8
bilhões em 2015. Na Argélia, a Cevital está voltada principalmente à produção
de hortaliças e frutas, mas em pequenas áreas, devido às limitações
geográficas.